terça-feira, 21 de setembro de 2010

PRIMAVERA

O teu perfume, amada - em tuas cartas
Renasce, azul... - são tuas mãos sentidas!
Relembro-as brancas, leves, fenecidas
Pendendo ao longo de teus seios fartos.

Relembro-as, vou... nas terras percorridas
Torno a aspirá-lo, aqui e ali desperto
Paro; e tão perto sinto-me, tão perto
Como se numa foram duas vidas.

Pranto, tão pouca dor! tanto quisera
Tanto rever-te tanto!... e a primavera
Vem já tão próxima!... (Nunca te apartas

Primavera, dos sonhos e das preces!)
E no perfume preso em tuas cartas
À primavera surges e esvaneces.

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